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Empresa não é obrigada a selar vinhos importados

A desembargadora federal Maria do Carmo Cardoso deferiu pedido de antecipação da tutela recursal feito por empresa de importação e exportação para ser desobrigada de colocar selos de controle especial nos vinhos que comercializa. A determinação foi imposta pela Instrução Normativa n.º 1.432, de 26 de dezembro de 2013, da Receita Federal.

A recorrente considera que a norma desrespeita a Lei n.º 4.502/64 e o artigo 5.º da Constituição Federal, porque a exigência de colagem do selo nos vinhos que importa causa enorme prejuízo a suas atividades, pois aumenta seus custos e coloca em risco a integridade do produto, devido à exposição da mercadoria ao sol. Sustenta, ainda, que a Instrução Normativa estabeleceu diferentes encargos para produtos importados e exportados, o que viola o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (General Agreement on Tarifs and Trade – GATT/1984), incorporado à legislação nacional pelo Decreto n.º 1.355/1994. O Acordo determina que não haja encargos diferenciados para produtos nacionais e importados.

A Instrução Normativa n.º 1.432/2013 dispõe sobre o registro especial a que estão sujeitos os produtores, engarrafadores, cooperativas de produtores, estabelecimentos comerciais atacadistas e importadores de bebidas alcoólicas. O artigo 15 da norma institui que os produtos não poderão sair do estabelecimento industrial, ser vendidos, mantidos em depósito ou ser liberados pelas repartições fiscais sem que antes sejam selados.

A relatora destaca que, embora a exigência seja autorizada pelo artigo 46 da Lei n.º 4.502/1964, combinado com o artigo 113, parágrafo 2.º, do CTN (Código Tributário Nacional), a Corte Especial desta Casa, ao apreciar questão semelhante à dos autos, com base na IN RFB 1.026/2010, manifestou-se no sentido de que não é cabível a suspensão da sentença proferida em mandado de segurança que concedeu a segurança para desobrigação da aposição de selos.

Na ocasião, a Fazenda Nacional recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), mas a Corte manteve a decisão do TRF-1.

Fonte: Ultimainstancia

Santos, Polido & Advogados Associados

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