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Falta de registro na carteira não descaracteriza trabalho externo de promotora de vendas

Na reclamação trabalhista, a empregada sustentou que, entre agosto de 2013 a janeiro de 2014, havia trabalhado como promotora de vendas, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, com intervalo de 15 minutos e folgas aos fins de semana. Por isso, pedia o pagamento de uma hora extra diária pela supressão do intervalo intrajornada.

Falta de registro na carteira não descaracteriza trabalho externo de promotora de vendas

Em sua defesa, a empresa argumentou que, por se tratar de trabalho externo, a situação da empregada se enquadraria artigo 62, inciso I, da CLT e, portanto, não seria necessário o controle do horário de trabalho.

Anotação 

O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ), constatou que não havia anotação na carteira de trabalho a respeito da prestação do serviço externo na função de promotora de vendas. Por isso, presumiu como verídica a jornada informada pela empregada e condenou a distribuidora de alimentos a pagar uma hora extra diária a título de intervalo indenizado.

Irregularidade administrativa 

A relatora do recurso de revista da empresa, ministra Delaide Miranda Arantes, observou que, de acordo com o entendimento pacificado do TST, a ausência de anotação da prestação de serviço externo implica mera irregularidade administrativa e não autoriza a presunção de veracidade da jornada alegada pelo empregado. Num dos precedentes, a Segunda Turma conclui que, apesar de o artigo 62 da CLT fazer menção à anotação na carteira de trabalho e no registro de empregados, o descumprimento desse procedimento não descaracteriza a condição de trabalhador externo, pois a exigência configura mera formalidade que não pode se sobrepor à realidade vivenciada no contexto da relação de emprego.

A decisão foi unânime.

Santos, Polido & Advogados Associados

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Tags: Trabalhista

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