Categories: Notícias

Justiça cassa liminar e Zara pode entrar na lista suja do trabalho escravo

O Ministério Público do Trabalho em São Paulo vem ressaltar a importância da sentença judicial que confirma a responsabilidade da Zara Brasil Ltda por trabalho escravo em oficinas de costura sobcontratadas por um de seus fornecedores.

No entendimento do órgão, ao consentir que seus fornecedores deleguem a terceiros a produção de peças para as quais foram contratadas, a empresa assume o risco da precarização extrema das relações de trabalho contaminarem sua cadeia produtiva.

A decisão é um importante precedente na eficiência da fiscalização. A responsabilização apenas de pequenas oficinas beneficiaria não mais que dez ou 20 trabalhadores; a atuação em face das confecções de médio porte alcançaria outros 50 a 100 trabalhadores, já o chamamento à responsabilidade da grife – aqui entendida como a detentora do poder econômico relevante na cadeira produtiva -, por outro lado, é medida que alcança até 15 mil trabalhadores.

Não se trata de caso isolado. Diversas outras grifes/marcas tem sido responsabilizadas pelas repercussões deletérias às relações trabalhistas decorrentes da terceirização desmedida.

Finalmente, é importante que fique claro que não são apenas as razões de ordem humanitárias que empolgam o combate ao trabalho escravo, mas também as de ordem econômica. Busca-se proteger os empreendedores cumpridores da lei em face da concorrência desleal praticada por aqueles que a violam.

Estima-se que as confecções que se valem de trabalho análogo ao escravo obtém vantagens competitivas de cerca de R$ 2.300,00 (dois mil e trezentos reais) por imigrante explorado. São direitos trabalhistas e tributos sonegados em tal processo.

Fonte:prt2.mpt.gov.br

Santos, Polido & Advogados Associados

Share
Published by
Santos, Polido & Advogados Associados
Tags: Trabalhista

Recent Posts

Responsabilidade pessoal dos sócios nos créditos bancários da empresa

Remover o nome como sócio do contrato social da empresa NÃO isenta a pessoa da…

2 anos ago

STJ: Deve ser mantido plano de recém-nascido internado após 30 dias

A 3ª turma do STJ manteve acórdão que determinou a uma operadora de plano de saúde a…

3 anos ago

Demissão por força maior em razão da pandemia é convertida em dispensa sem justa causa

Para a 5ª Turma, a pandemia não autoriza essa modalidade de rescisão.

3 anos ago

Empregada idosa obrigada a retornar ao trabalho durante pandemia receberá indenização por danos morais

Justiça deu ganho de causa a uma empregada de 70 anos que foi obrigada a…

3 anos ago

Banco deve indenizar por não disponibilizar contrato em braille para cliente cega

As instituições financeiras são obrigadas a fornecer aos clientes com deficiência visual contratos em braille.

3 anos ago

Perícia médica é indispensável para avaliar relação entre atividade profissional e doenças como burnout

A produção de prova pericial é indispensável para avaliar se a enfermidade se desenvolveu por…

3 anos ago